sexta-feira, 11 de junho de 2010

A “Família Cangaço”

Se há uma coisa digna de admiração no homem é a capacidade que esse tem de desenvolver no meio social uma vasta teia de amizade. Shakespeare já dizia em um dos seus brilhantes escritos que, “os amigos são a família que nos permitiram escolher”. Viver em sociedade faz com que o indivíduo assuma toda a complexidade que a cerca, ao tornarmo-nos seres sociais temos inevitavelmente que nos adaptarmos ao sistema e meio no qual estamos inseridos. Nessa perspectiva, ao longo de nossa trajetória humana vamos construindo nossas histórias vinculando-nos em grande parte as histórias daqueles sujeitos que estão ao nosso lado. As relações “familiares/amigáveis”, ou seja, os amigos como nossa segunda família, vão contribuindo no nosso crescimento, vão complementando-nos. Muitas vezes esses encontros se dão de forma inusitada e essas pessoas entram no trem de nossa história, escolhem percorrer juntamente conosco a mesma estrada. Assim é o que eu chamaria de “família cangaço”, pessoas cujo objetivo de estudar um tema polêmico da história do Brasil republicano, vão achegando-se uns aos outros e iniciando uma relação de amizade/pesquisa, sendo coadjuvantes na promoção do conhecimento sobre o movimento do cangaço. O XII Fórum do Cangaço vem a ser um desses momentos onde temos a oportunidade de, antes de tudo, rever amigos, consolidar laços, trocar experiências. Durante esses três dias de debates, conferências, encontros em bares e restaurantes estamos dando passos muito mais além do que a simples busca de produzirmos conhecimentos, estamos provando a capacidade que o homem tem de formar famílias não sanguíneas. Além de ser um momento de reencontro, discutimos pontos polêmicos das tramas do cangaço, abrimos novos rumos investigativos, “brigamos” pela defesa dos nossos pontos de vista, buscamos a compreensão das particularidades para termos a visão parcial do todo. Que continue por logos anos esses encontros frutíferos entre os diversos membros dessa família, que na sua pluralidade congregam-se em torno do cangaço e da história social e cultural do nosso Nordeste!

Prof. Wescley Rodrigues





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