domingo, 16 de janeiro de 2011

Colapso do Sistema Prisional Brasileiro


Nos últimos anos se prolifera no cinema brasileiro, produções que visam representar a realidade do crime organizado que infelicita a nossa sociedade. É notório que estamos à beira do colapso social, no qual os padrões estão mudando e o cidadão trabalhador e honesto, está sendo obrigado a viver trancafiado nas suas casas, enquanto que, o criminoso toma as ruas, praças e favelas como micro-poderes que estão além do poder estatal.

Uma produção cinematográfica brasileira bastante interessante é o filme 400 contra 1, dirigido por Caco Souza. Nele, que tem como recorte temporal as décadas de 1970 e 1980, o diretor apresenta ao público como o Comando Vermelho foi gestado em pleno período da Ditadura Militar no Brasil.




Haja vista a riqueza da produção é inevitável que não pensemos como o nosso sistema prisional acaba contribuindo para a formação de marginais. Essa nossa ideia apresenta-se como extremamente problemática, pois, antes de tudo, as cadeias, penitenciárias e presídios teriam como principal objetivo, através do trancafiamento dos indivíduos que não podem conviver socialmente, reabilitá-los e inseri-los novamente no conviveu comum.

Mas, na realidade, o que temos ali é uma verdadeira universidade do crime, onde os sujeitos aprisionados saem diplomados nas peripécias da criminalidade, enquanto que o trabalhador comum tem que na labuta cotidiana trabalhar para, através dos impostos pagos ao Estado, sustentar os criminosos, assaltantes, traficantes, estupradores, etc., nos “hotéis do Estado”, pois é assim que podemos dizer que são as cadeias públicas.

Reconheço que são péssimas as condições de aprisionamento desses sujeitos, que são amontoados, muitos em condições desumanas. Daí nos perguntamos: Sairia mais barato para o Estado providenciar cadeias que reeduquem os criminosos e dêem condições deles se reabilitarem e voltarem dignamente ao convívio social, ou continuar a tomar medidas paliativas no referente a segurança pública, que são verdadeiros curativos que apenas estancam momentaneamente a mazela social?

Hoje, o domínio do crime organizado nas favelas, presídios e cidades, é apenas um reflexo de como o nosso sistema está deficitário e clama por soluções imediatas. Enquanto os discursos de melhoria da segurança não saírem da mera oratória oficiais, estaremos à mercê dos mandos e desmandos da criminalidade, veremos os papéis sociais se inverterem e a paz esvair-se por entre os nossos dedos; continuaremos a assistir assassinatos em série, estupros, roubos, ou mesmo chacinas nos presídios, onde sangue corre como rio, entre os corredores fétidos e imundos.

É preciso “Vigiar em Punir”, mas com dignidade, respeito e coerência, se não, estaremos a cada dia alimentando a semente do declínio da sociedade brasileira.


Prof. Wescley Rodrigues




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